Jornal A Hora

Uma sociedade melhor depende da educação. O conhecimento é fundamental para termos indivíduos atuantes, críticos e preparados para a construção de uma comunidade mais evoluída. Alcançar objetivos complexos passa pela atuação do professor.

A importância dos mestres está em todas as atividades. Na sociedade, representar o conhecimento é propagado às novas gerações. Muitos fazem o papel de pai, mãe, psicólogo. Assumem responsabilidades que ultrapassam as salas de aula.

Nos braços abertos do Cristo Rei, a caravana do PENSE (Programa de Ensino e Educação Solidária), em primeira jornada, foi recebida na Escola Vidal de Negreiros, nessa quinta-feira.

Na estreia, palestras e atividades recreativas movimentaram alunos e professores em todo período da manhã.

No ginásio de esportes do colégio, as equipes do A Hora e do Sistema de Cooperativas de Crédito do Brasil (Sicoob) interagiram com os mais de 230 alunos dos 7o, 8o e 9o ano do Ensino Fundamental e do Ensino Médio em atividades que exaltavam o cooperativismo em trabalhos de equipes.

Os estudantes também participaram de seminário sobre comportamento, com a professora da Univates, Elise Bozzeto. Ela abordou desde os cuidados de privacidade em redes sociais, fake news, bullying e a importância da autoconfiança no desenvolvimento pessoal para obter bons resultados no mercado de trabalho.

“Na idade escolar, alunos tendem a se importar mais com a opinião dos outros. É preciso acreditar em si mesmo. A realidade mais possível de se mudar é a de dentro”, diz.

Em outro espaço, os professores da escola participavam de palestras promovidas pelo Centro Regional de Oncologia (Cron) e Dale Carnegie sobre saúde e prevenção e também liderança e motivação.

A abertura do evento contou com a equipe do A Hora, e os parceiros do PENSE: o diretor do Dale Carnegie na região, Henrique Kuhn, o médico oncologista Renato Cramer, do Cron, e o pró-reitor de Ensino da Univates, professor Carlos Cyrne.

Além da classe

O diretor-geral do A Hora, Adair Weiss, montou uma roda de conversa com alunos para trazer lembranças e falar da importância dos professores na formação educacional. Os estudantes foram convidados a compartilhar histórias em que o que foi passado em sala de aula foi muito além do currículo letivo.

“Tinha uma professora que me exigia muito. Achava que ela não gostava de mim. Mas agora vejo diferente. Ela queria meu bem e não meu mal”, conta a estudante do 1º ano do Ensino Médio, Roberta Eymael, 16. “Quando percebi isso, comecei a estudar e evoluir mais na escola”, diz.

Conselheira de muitos alunos, a professora Marilda Oliveira Dolores é reconhecida por eles pelas dicas e conversas que os auxiliam a melhorar tanto o desempenho em sala de aula quanto na vida.

“Educação não é só passar conteúdo. Os alunos, muitas vezes, têm problemas familiares e precisam se sentir acolhidos pelos professores. Isso muda muito o desempenho em sala de aula. Ele precisam saber da importância social que têm”, diz. Segundo a professora, muitos alunos lhe procuram na Sala de Professores para buscar conselhos.

“Não os vejo apenas como estudantes. Sou também um pouco mãe, psicóloga e assistente social dos meus alunos”, comenta.

É preciso engajar

Para a diretora da escola Vidal de Negreiros, Cátia Musskopf, o projeto PENSE é a certeza para professores da região de que a educação no Vale tem parceiros solidários e engajados na busca por uma melhor qualidade de ensino.

“São muitas cabeças e corações unidos para fazer a diferença”, comemora.

De acordo com Adair Weiss, o objetivo do projeto é proporcionar, principalmente, melhores condições de levar discernimento aos alunos.

“Só assim, com a capacidade de tomar as melhores decisões, um ser humano pode ser completo. Mas, para isso, é necessário que os professores tenham melhores estruturas de promover educação e que os alunos saibam dar o devido valor aos seus mestres”, comenta.

Professor em destaque

O PENSE premia os melhores trabalhos desenvolvidos durante este ano por meio da tentativa de valorizar a atuação do professor a partir de uma rede de relacionamento, de palestras e de inovações dentro e fora das salas de aula.

O lançamento do programa ocorreu no Teatro Univates, no dia 26 de março. Na data, Adair Weiss frisou o objetivo de construir uma rede de apoio aos professores, proporcionando conhecimento, autoestima e aperfeiçoamento profissional. “Queremos valorizar aqueles que dedicam a vida a ensinar os outros. Não existe nada mais nobre do que entregar-se a esse ofício, da educação, que é a base para a transformação dos indivíduos e da nossa sociedade.”

Diálogo permanente

A ação deve atingir cerca de 4,7 mil professores e mais de 50 mil alunos. O primeiro ciclo de mobilizações e premiações vai durar um ano, mas a proposta é tornar o projeto permanente. A maior fatia do financiamento será por meio do Fundo do Assinante Solidário, que no passado repassou R$ 150 mil para dez entidades assistenciais voltadas ao atendimento de crianças e adolescentes.

Entre as ações programadas para o primeiro ano, estão 16 caravanas às escolas. Nessas, profissionais de diversas áreas vão ministrar debates, palestras e atividades de valorização dos professores e do conhecimento. Também haverá dois seminários voltados aos professores, com datas a serem definidas. Um desses deve ocorrer em 15 de outubro, Dia do Professor.

Dez professores, cinco alunos e cinco escolas serão premiados. Para tal, precisam desenvolver projetos inovadores na área do ensino. Já para os estudantes, as premiações serão definidas por meio de um concurso de redação que fale sobre ações em defesa dos educadores.

Cristiano Duarte: [email protected]